REFLEXÃO SOBRE O SIGNIFICADO E A IMPORTÂNCIA DO ALTAR DO SENHOR
Introdução
Olhando para a perspectiva do valor do sagrado da sua profanação e acreditando que todos somos capazes de influenciar os outros de forma inconsciente se deixarmos que a luz de Deus ilumine os outros pela revelação do Espirito Santo, isto levar-nos-á de forma paulatina á acreditar que a palavra de Deus tem poder e no seu tempo ela produzirá efeitos que o Senhor determinou. De acordo com o apóstolo Paulo, todos somos capazes de ensinar e aprender e temos o dever e a responsabilidade de faze-lo. Assim sendo,
preocupado com a forma como olhamos hoje para o altar do senhor e fundamentalmente com a forma como nos apresentamos diante do altar para, por direito usufruir dos diversos actos sacramentais e de adoração motivou-nos apresentar de forma muito resumida a
presente reflexão no sentido de provocar em cada um de nós o despertar de consciência para percebermos o que efectivamente Deus espera de nós no seu templo e diante do seu altar.
1- O Altar
A palavra altar do hebraico zabah que significa sacrificar. Em todas religiões, o altar é o centro do culto sacrifical. O altar é o sinal da presença divina. Por exemplo: Moisés acreditada em uma crença quando lançou a metade do sangue das vitimas sobre o altar e outra metade sobre o povo que assim entra em comunhão com Deus; (Ex 24:6ss). Também o apóstolo Paulo mostra a mesma crença quando interroga aos coríntios nos seguintes termos: "aqueles que comem as vítimas não estão acaso em comunhão com Deus";(ICor 10:18). Jesus na censura aos fariseus afirmara que o altar era mais importante a qualquer oferta que diante dela for apresentado. (Mt 23:18-22). Por essa razão devemos tomar esta senhora aos fariseus como um ensinamento válido para os nossos dias no sentido de não só valorizar o sagrado mas acima de tudo ensinarmos as novas gerações sobre o significado e a importância do altar porque afinal diante dele apresentamos a nossa crença em Deus, seu Filho Nosso Senhor Jesus Cristo e ao Espirito Santo.
2- Altar — Do Memorial ao Lugar do Culto
Diz a história da religião monoteísta que no início o homem construía um altar para responder a Deus quando acaba de o visitar. Esta era a fórmula adoptada pelos patriarcas tal como diz as sagradas escrituras: "Ele edificou um altar a Javé e invocou o seu nome. (Gn 12:7ss; 13:18; 26:25). Assim o altar era visto como um memorial do favor divino pelos seus autores que o atribuíam vários nomes simbólicos (Gn 33:20; 35:1-7; Jz 6:24).
O altar era também o lugar das libações dos sacrifícios e das ofertas dos perfumes. Os patriarcas no início se contentavam com rochedos, mais ou menos bem adaptados (Jz 6:20; 13:19s). Depois começou a preocupação de construir altar de terra batida ou de pedra bruta melhor adaptado a sua finalidade (Ex 20:24ss).
Para os descendentes dos patriarcas, o lugar do culto passou a ter maior evidência em
relação ao memorial que se baseava na teofania. Por essa razão ao entrar em Canaã o povo eleito se depara com os altares pagãos que a lei lhe ordena a destruir sem piedade. (Ex 34:13; Dt 7:5; Nm 33:52). Esta ordenança de Deus pretendia mostrar que o altar pagão poderia contribuir a degradação da religião monoteísta porque o altar podia ser visto apenas como um símbolo e o risco de se confundir ou assemelhar Deus com os ídolos.
Em relação a isto aquilo que Deus temia aconteceu: de facto Salomão o grande rei sábio instaurou um regime de tolerância para os ídolos trazidos pelas suas mulheres
estrangeiras (1 RS 11:7ss) o Rei Acab fez o mesmo (1 RS 16:32-33) Acaz e Manassés introduziram no próprio templo altares a moda pagã (2Rs 16:10-16; 21:5). No entanto
os profetas em nome de Deus censuram veementemente a multiplicação dos altares (Am 2:8, os 8:11; Jr 3:6).
3- O Altar do Templo Único de Jerusalém
Na sua misericórdia com o povo eleito, Deus na sua inteligência resolveu a situação da interferência dos altares pagãos e da multiplicação de outros altares com a centralização dos cultos em Jerusalém (2 RS 23:8s; 1 RS 8:63s). Assim sendo, o altar dos holocaustos torna inalterável a vida religiosa de Israel ou seja do povo eleito tal como atestam numerosos Salmos. (Sal 26:6, 43:4; 84:4, 118:27).
Pode-se ver a importância do altar nos relatos Bíblicos quando por exemplo Ezequiel o profeta de Deus descreve sobre a restauração do templo de Jerusalém e apresenta uma descrição minuciosa do altar (Ez 43:13-17). Estas descrição do profeta Ezequiel coincide com o dito de Moisés em (Ex 27:1-8; LV 1-7). Assim sendo, a Bíblia nos ensina que as pontas do altar assumem grande importância e serão frequentemente aspergidos com sangue para o rito da expiação (ritos que indicam claramente que o altar simboliza a presença de Javé) tal como podemos ler em (LV 16:18; Ex 30:10). Porém, pela sua importância na obra do senhor, no altar precisa-se as funções sacerdotais ou seja a
presença do sacerdote do senhor. Por isso os sacerdotes são considerados exclusivamente como ministros do altar do senhor ao passo que os levitas são encarregados de cuidar dos bens materiais do altar. (Nm 3:6-10).
Por outro lado, a Bíblia apresenta como sinal de veneração pelo altar vários exemplos nomeadamente: a primeira caravana dos repatriados do exílio babilónico faz questão de reconstruir imediatamente o altar dos holocausto (sacrifício em que a vitima era queimada. Expiação). (Esd 3:3ss)
4- O altar — Do Sinal a Realidade
Para Jesus, enquanto servo perfeito, o altar continua como lugar santo pelo seu
significado. Por essa razão, Jesus lembra aos fariseus a necessidade da responsabilidade
individual e colectiva e do seu valor sagrado ao se aproximarem do altar (Mt 23:18ss).
Jesus lembra e ensina que aproximar-se do altar para ofertar é aproximar-se de Deus por isso não se pode faze-lo com coração cheio de irá (Mt 5:23s.). Tal como podemos ver, Cristo ao mesmo tempo que dá o verdadeiro sentido do culto antigo, também dá por terminado o modelo de culto antigo. Assim sendo, no novo templo que é o seu próprio corpo o altar é o próprio Jesus Cristo (Jo 2:21; Elb 13:10). No novo testamento é o altar que santifica a vítima (Mt 23:19); quando pois Ele se oferece, como vitima perfeita é Ele próprio que se santifica (Jo 17:19). Cristo é e apresenta-se como sendo o sacerdote e altar ao mesmo tempo. Por isso, comungar do corpo e do sangue Dele é comungar o altar que é o senhor, é participar da sua mesa (1 Cor 10:16-21)
Conclusão
Tal como se pode ver o altar sempre foi considerado como o lugar de Deu e como símbolo da presença de Deus nas nossas vidas. Hoje porém, o próprio altar é que santifica Cristo.
Cristo se oferece no altar como vítima, ao mesmo tempo que se apresenta como o sacerdote e como o verdadeiro altar.
Se cristo é o verdadeiro altar torna-se imperioso olhar para Ele com orgulho, respeito, devoção e humildade quando nos aproximamos ou quando estamos Nele e tocamos as coisas Santas Nele existente. Deste modo, deve ser responsabilidade dos levitas da igreja cuidar das coisas Santas do altar para que o Pastor ou o obreiro possa cuidar apenas da palavra no exercício do seu ministério.
Devemos reflectir com profundidade sobre o valor, o significado e a importância do altar para que possamos receber do nosso Deus a devida aprovaçao quando nos aproximamos do altar para ofertar, fazer penitencia, para contrair matrimónio, orar, suplicar ou apresentar as nossas preces ou nossos hinos de louvores. Devemos cuidar para que os fiéis tenham o mínimo de conhecimentos sobre esta matéria evitando que qualquer irmão possa tocar as coisas Santas do altar, como por exemplo, tirar uma cadeira, remover ou deslocar a mesa ou o púlpito para qualquer efeito. A mesa do altar não deve ser usada para reuniões,
actos sacramentais ou ritos da igreja.
Portanto, esta reflexão não é um trabalho acabado nem tão pouco uma orientação expressa mas tão-somente é uma simples reflexão sobre o significado e importância do altar do senhor.
Obrigado
Do vosso irmão
Pastor, Arone Serafim Guerra
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